Não exatamente um álbuns melancólicos, mas uma boa trilha sonora de inverno. Direto do mundo mágico de Oz.. Osasco, O Teatro Mágico é a mais uma convicta miscigenação de poesia bem elaborada e música, além de obviamente, o Teatro. Fernando Anitelli, o criador do projeto, juntou em um único espetáculo atores, palhaços, cantores, malabaristas, músicos, poetas e tudo a mais que pudesse imaginar, afirma ele no site da banda. O Teatro Mágico é, também, um dos melhores exemplos de música livre, isto é: grátis. E a prova de que esconder os trabalhos da internet não vende mais cópias, transformando um inimigo chamado download num aliado chamado divulgação. Praticando um discurso pouco ortodoxo: "pirateiem nosso trabalho!". Anitelli, com sua modéstia musical, conquistou corações e opiniões do seu público.
Depois de sete anos a Trupe ja está lançando seu segundo DVD: "Segundo Ato" (que, por ter amado o primeiro, logo vai para minha prateleira) sem perder a filosofia da música livre. o DVD pode ser encontrado no site do grupo.
A fabulosa trilha do primeiro álbum, "Entrada para Raros" possui poesias delicadas, e trocadilhos apaixonates com em "Separô", que com os mesmos fonemas Anitelli diz: você parou e separou. Ou outros trocadilhos como "quero você inteira e minha metade de volta", em "A Pedra mais Alta". As letras amorosas de "Realejo" e "Pratododia" englobam a temática do álbum que paira em universo dos sonhos, onde tudo parece agradável. Existem também momentos realmente emocionantes como na faixa "O anjo mais Velho" com sua excepcional e bem arranjada melodia e a poesia saudosa em versos como "só enquanto eu respirar/Vou me lembrar de você" ou no verso "O teu afeto me afetou é fato" de "A fé Solúvel" ou ainda "O opostos se distraem/Os dispostos se atraem" de "Realejo", são daqueles tipos verso que entram na cabeça e não saem mais. Os pontos animados e bem instrumentados do disco estão em "Camarada D'água" e "Zaluzejo". No fim ouve-se "Tudo em uma Coisa Só" que é mais uma faixa comprovando o tema utópico da obra. Amém.
O "segundo Ato" trata, agora, de temas cotidianos relatando mazelas e dificuldades urbanas e sociais. De fato, um disco menos sentimental, porém vibrante. Um Álbum completamente diferente do primeiro, as faixas desta vez não nos levam à emoção, mas sim à razão. como em "Pena" que trechos pequenos nos mostram a crítica à arte vendida "Talento provado em papel moeda/Poesia metamorfoseada em cifrão". Nota-se, também, claramente a presença da crítica à sociedade em "Cidadão de Papelão" e "O Mérito e O Mosntro",uma paródia do título "O médico e o Monstro", livro de R. L. Stevenson, talvez por tratar-se de um caso de dupla personalidade já que a música trata sobre a pressão do trabalho sobre a vida do individuo. "Xanéu Nº 5", com participação do magnífico Zeca Baleiro, é tão viciante quanto o samba de "Eu não sou Chico mas Quero Tentar". "O Segundo Ato" apesar de ser mais líricamente quadrado, é melhor instrumentado, ou seja, percebe-se quantidade e volume maior de sons sem contar que esse disco vai do Samba ao Indie Rock passando por um enterlude de Chopin e um novo cenário psicodélico e 'aliterático' em "Insetos Interiores"
track lists e destaques:
Entrada Para Raros:
1. Sintaxe à Vontade
2. A Pedra Mais Alta
3. Ecoando Notas
4. Pratododia
5. Mais e Menos
6. 22-11
7. Separô
8. Ana e o Mar
9. Carinho de Mãe
10.De Ontem em Diante
11.Realejo
12.O Anjo Mais Velho
13.Sua Pressa e Sua Prece
14.Camarada D'água
15.Zazulejo
16.Uma Parte que não Tinha
17.A Fé Solúvel
18.tudo em uma Coisa Só
19.Amém
O Segundo Ato
1. Amadurecência
2. O Mérito e o Monstro
3. Cidadão de Papelão
4. Pena
5. Opus Erectus (Allegro ma nem tanto)
6. Sina Nossa
7. Si Atromiso
8. Criado-Mudo
9. Sonho de Uma Flauta
10. (!)
11. Eu Não Sou Chico Mas Quero Tentar
12. #@s!@
13. Alguma Coisa
14. Abaçaiado
15. Xanéu nº5
16. Os Insetos Interiores
17. A Primeira Semana
18. F. Chopin (Opus 64 C#m)
19. ...
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"Se lembrar de celebrar muito mais!"
quarta-feira, 7 de julho de 2010
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Nick Cave And The Bad Seeds - Boatman's Call (1997)
"The Boatman's Call é geralmente aclamado como um dos melhores álbuns de rock sobre separações, tendo supostamente sido inspirado no final do envolvimento de Cave com a encantadora P.J. Harvey - West Country Girl e Black Hair seriam sobre ela. Em sinal de respeito pela sua dor, os Bad Seeds parecem ficar em segundo plano, tecendo uma delicada trilha sonora. Não há grandes exibicionismos nas letras desse álbum, apenas um enorme sentimento de perda Cave articula exemplarmente. O mundo deste álbum é descrito numa linguagem frágil, sendo um lugar onde a esperança é escassa - "onde cada um ferra o próximo como puder", como lamenta Cave em Far From Me. Os títulos das músicas com People Ain't No Good dão uma boa ideia do estado em que se encontra o coração dilacerado de Cave e não é uma visão bonita. Na verdade, a dor do amor perdido é quase fundida com a derradeira separação, a morte em Brompton Oratory. São necessárias algumas audições compreender que Cave chora por alguém que morreu metafisicamente para ele, mas que também poderia ter morrido fisicamente, pois suas palavras sutis deixam espaço para as duas interpretações. É assim que soa o coração de um homem quando se quebra."
(Sath Jacobson, 2005, 1001 Albums You Must Hear Before You Die)
Track listing
1. Into My Arms
2. Lime-Tree Arbour
3. People Ain't No Good
4. Brompton Oratory
5. There Is A Kingdom
6. (Are You)The One That I've Been Waiting For?
7. Where Do We Go Now But Nowhere?
8. West Country Girl
9. Black Hair
10.Idiot Prayer
11.Far From Me
12.Green Eyes
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domingo, 4 de julho de 2010
Semana Melancólica
sábado, 3 de julho de 2010
Moby - 18 (2002)
Eighteen (antes que alguém leia "dezoito") é o "upper" da música Ambiente em minha playlist. 18 é contornado por um clima relaxante e intensamente urbano. Já na introdução do álbum We Are All Made Of Stars tem-se uma sensação de conforto e alegria. Em seguida, Is This World ja começa a praticar o ambiente urbano noturno, basta imaginar-se passeando de carro numa avenida levemente vazia, luzes de postes, sinaleiras e outdoors luminosos. In My Heart mantém o ritmo. Another Woman possui forte tom noturno em questão à leveza que é expressada pelos pianos ao fundo e a percussão lounge, que domina todo o disco. Extreme Ways é mais um pico do extenso álbum de 1 hora e 10 minutos. A entonação forte e novamente urbana. Jam For The Ladies, elevada à velocidade contém muita emoção e scratches o que leva a memória do disco à uma rodovia interestadual sem perder o conforto do Loung Music de Moby. Sunday (The Day Before My Birthday) é apena um piano e uma voz suave que nos leva para uma viagem além do planeta terra, algo realmente espacial. The Rafters: um "hmmmmmm", acompanhado pelo inconfundível sintetizador (aqueles tipo The Doors) de Moby, essa música me faz pensar: esse tal de Moby sabe o que faz. Por fim, o último destaque de hoje: I'm Not Worried At All é um jazz clássico pela terceira vez extremamente urbano, daqueles jazz que faz todos lembrarem das luzes sobre a Estátua de Liberdade, ou da Times Square à noite na cidade onde nasceu Moby, esse fabuloso compositor e produtor nova-iorquino.
Track listing
1. We Are All Made of Stars (vocals by Moby)
2. In This World (featuring Jennifer Price)
3. In My Heart (featuring The Shining Light Gospel Choir)
4. Great Escape (featuring Azure Ray)
5. Signs of Love (vocals by Moby)
6. One of These Mornings (featuring Dianne McCaulley)
7. Another Woman
8. Fireworks
9. Extreme Ways (vocals by Moby)
10.Jam for the Ladies (featuring MC Lyte & Angie Stone)
11.Sunday (The Day Before My Birthday)
12.18
13.Sleep Alone (vocals by Moby)
14.At Least We Tried" (featuring Freedom Bremner)
15.Harbour (featuring Sinéad O'Connor)
16.Look Back In
17.The Rafters (featuring Shauna and Lorraine Phillips)
18.I'm Not Worried at All (featuring The Shining Light Gospel Choir)
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quinta-feira, 24 de junho de 2010
Lemonheads - It's a Shame About Ray (1992)
It's a Shame About Ray é um trabalho bem feito em termos de conotação eclética. O embalado rítimo de guitarras tão doces quanto distorcidas transforma esse álbum numa obra da música pop. A mistura do Grunge do Nirvana e o folk rock conquistou os fãs. A abertura é feita por Rockin' Stroll, rock n' roll feliz e contagiante que já introduz o ouvinte no tipo de música tocada. O pop muito bem construído nas guitarras de Confetti fixa o interesse já introduzido por Rockin' Stroll com certeza é animador. Na terceira faixa, que leva o nome do álbum, você já está pensando: "meu deus, essa banda é muito boa", a melancolia aparece de forma mais destacada, assim como em My Drug Buddy. The Turnpike Down é uma tomada de violão incrivelmente atrativa aos ouvidos de qualquer pessoa, eu acho. A suavidade folk de Hannah & Gabi é clara, não se precisa conhecer muito de música para perceber a "cainha" de Contry Music ali. Assim como Mrs. Robinson, remake da dupla folk Simon & Garfunkel, acrescentada ao disco somente um ano depois, o que aumentou o interesse das pessoas de adquirirem uma cópia de It's a Shame About Ray e o que possibilitou que LemonHeads tocasse em quase todas as rádios do hemisfério norte.
Tracklist:
1. Rockin' Stroll
2. Confetti
3. it's a Shame About Ray
4. Runderless
5. My Drug Buddy
6. The Turnpike Down
7. Bit Part
8. Alison's Starting To Happen
9. Hannah & Gabi
10.Kitchen
11.Ceiling Fan in My Spoon
12.Frank Mills
13.Mrs. Robinson
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terça-feira, 1 de junho de 2010
blur - park life
Uma mistura frenética de Beach Boys com a esquisitice dos anos noventa formou esse álbums espetacular da primeira banda de Damon Albarn, mais conhecido pelo sucesso internacional de Gorillaz. Girls & Boys inicia o disco com o clima feliz dos anos 60, envolvendo elementos alegres, Tracy Jacks complementa o estilo. End Of a Century é um pouco mais lenta, e melancolizada por back vocals que me lembra um pouco de Red Hot Chili Peppers na mesma época: 1994. A faixa-título é muito alternativa e contemporânea. Badhead é uma canção em que se percebe a presença de Damon Albarn, ja que se nota muita semelhança com The Good, The Bad and The Queen e Gorillaz graças à intensa quantidade de elementos eletrônicos e suaves. O clima de circo do instrumental The Debt Collector nos faz para tudo e pensar: o que é isso? partindo daí as próximas faixas são igualmente suaves e psicodélicas como To The End, que mostra traços Roger Walters. Em trouble In The Message Centre, o rock n' roll reaparece, obviamente enfeitada com sintetizadores. enfim, aqui vai (mal escrito por culpa de uma inconveniente pressa) mais um disco super recomendado, principalmente para quem tem interesse em conhecer a música a fundo. esse disco realmente merece ser ouvido por todos.
(que coisa mal feita)
ps: isso estava nos racunhos e postei sem ler
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terça-feira, 11 de maio de 2010
Eels - Beautiful Freak
Um disco sem muitas surpresas, melancolia perfeita para esse início de inverno. Novocaine for the Soul abre alas com uma tendência anos 50 que logo entra no estilo da banda, que é um soft rock melódico e levemente animado que eu chamaria de dorminhoco. Susan's House é a segunda faixa, e começa com uma fala de radio em seguida entra seu riff de piano talvez conhecido por alguns, já que foi o principal single do álbum. Rags To Rags o som acaba modificado por uma distorção de guitarra, mesmo assim não deixando de lado a melancolia com a incrível capacidade de dominar qualquer tipo de ambiente rapidamente. Beautiful Freak romântica "You such a beautiful freak", vai levando a parte central da tracklist à sonolência. Assim como Not Ready Yet, agora incrementada com moog e uma guitarra mais autêntica. pulando para Flower, cantoriada por um coral Gregoriano e banjo...ZZzzZZzZzZZzzz..
1."Novocaine for the Soul" – 3:08
2."Susan's House" – 3:43
3."Rags to Rags" – 3:53
4."Beautiful Freak" – 3:34
5."Not Ready Yet" – 4:46
6."My Beloved Monster" – 2:13
7."Flower" – 3:38
8."Guest List" – 3:13
9."Mental" – 4:01
10."Spunky" – 3:11
11."Your Lucky Day in Hell" – 4:28
12."Manchild" – 4:05
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